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Como a inteligência artificial nos ameaça, segundo este neurocientista

Para Álvaro Machado Dias, a IA não será capaz de pensar como nós; mas pode ter efeito catastrófico no desemprego e na desigualdade

Inteligência artificial é um tema polêmico. Em meio ao desenvolvimento de sistemas baseados em machine learning, capazes assumir tarefas cada vez mais sofisticadas e de melhorar com a “prática”, surgem dúvidas para profissionais, organizações e gestores públicos: em quais postos as máquinas não vão nos substituir? IA vai gerar mais empregos do que vai destruir? O que estudar, nesse tipo de mercado de trabalho? Isso sem mencionar cenários mais sombrios, com sistemas inteligentes ganhando mais autonomia (e imprevisibilidade), sendo usados como armas ou sendo hackeados com fins malignos.

O pesquisador Álvaro Machado Dias, da Unifesp, prefere não projetar um cenário tão drástico. Para ele, sem a vantagem de milhões de anos de evolução, sem emoções nem empatia verdadeiras, as máquinas não serão capazes de pensar como nós. Mas ele vê, sim, outras ameaças no horizonte, associadas à difusão da I.A.. Álvaro se encontra num ponto privilegiado para fazer essa análise: é um pesquisador multidisciplinar, neurocientista e psicólogo comportamental com conhecimento profundo de I.A., coordenador da linha de pesquisa em tomada de decisão do Laboratório de Neurociências Clínicas da EPM-Unifesp (ele atua também como cientista-chefe do Projeto Rhizom, que desenvolveu o primeiro protocolo de blockchain latino-americano).

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